Pix do Banco Central terá camadas de segurança

Pix terá sistema de segurança para prevenir fraudes.

No dia 16 de Novembro de 2020 o Pix do Banco Central começa a funcionar no Brasil, o sistema promete revolucionar o sistema financeiro nacional, pois vai permitir transferências em até 10 segundos, independente do dia e do horário. Engana-se quem pensa que o Pix é inseguro por permitir transferências em 10 segundos. De acordo com o BC, os pagamentos instantâneos contarão com diversas “camadas” de segurança.

Segurança Pix

Pix do BC é um dos sistemas de transferências mais moderno do mundo; sistema instantâneo foi desenvolvido com foco na segurança.

Na prática o Pix poderá ser até mais seguro que o DOC e a TED, entenda o porquê.

ATRASO DE TRANSFERÊNCIAS EM ATÉ 1 HORA EM CASO DE SUSPEITA DE FRAUDE

A primeira camada de segurança é um recurso que permite que os bancos, instituições financeiras e o próprio Banco Central “segure” transferências por até 1 hora em caso de suspeita de fraude. Assim, nem pra todo mundo o sistema de pagamento será instantâneo.

Embora o sistema de transferência prometa transferências em, no máximo, 10 segundos, em caso de suspeita de fraude as transferências pelo Pix poderão demorar 30 minutos durante o dia e até 1 hora durante o período noturno; tempo em que a instituição financeira poderá “segurar” a transação e decidir se libera ou rejeita a transferência.

Caso o consumidor precise fazer uma pagamento com confirmação na hora (está em um estabelecimento, por exemplo), poderá cancelar a operação que entrou em verificação e realizar o pagamento com outra forma de pagamento (dinheiro, cartão ou Pix por outra instituição).

Nesta primeira camada de segurança participam conjuntamente três partes: o banco ou instituição financeira no qual os recursos são enviados, o banco ou instituição financeira de destino dos recursos e o Banco Central.

Pix, pagamentos instantâneos do Banco Central

Pix permitirá que consumidores realizem pagamentos e transferências 24/7 em até 10 segundos. (imagem: divulgação BC)

HISTÓRICO DA CHAVE DO PIX

Para prevenir fraudes os estabelecimentos comerciais contarão com mecanismos que ajudarão a definir se uma chave do Pix é ou não segura. Dentre as informações disponíveis, estão:

  • Data em que a chave foi criada pelo consumidor;
  • Número de transações concluídas com sucesso;
  • Número de transações contestadas (se houver);
  • Histórico de transações que o usuário já recebeu ou enviou para aquela determinada chave;
  • CPF ou CNPJ que pertence aquela chave;
  • Dados bancários de destino (para qual banco ou app vai aquele dinheiro);

Quanto mais transações bem-sucedidas determinada chave tiver, maior será a segurança para quem recebe o valor. O recurso de análise do histórico das chaves do Pix será útil principalmente para as empresas que negociam altos valores ou até mesmo para os e-commerces que, tradicionalmente, já costumam pagar empresas especializadas de análise de dados para prevenir fraudes.

ESTORNO DE TRANSAÇÕES FRAUDULENTAS

Caso uma fraude fique comprovada pelo Pix a instituição financeira poderá agir rapidamente. O valor poderá ser bloqueado ou até mesmo estornado (devolvido) para a conta da vítima.

O Pix possibilita que o Banco Central saiba exatamente o “rastro” daquele dinheiro, caso ele tenha sido enviado posteriormente para conta de um terceiro.

O BC não ainda detalhou como será feito o processo para definir se uma transação é ou não fraudulenta.

As transferências por DOC/TED são mais difíceis de serem revertidas, muitas vezes a vítima precisa entrar na justiça para conseguir recuperar o dinheiro, pois os bancos consideram a senha como uma assinatura e, portanto, dificultam ao máximo o procedimento de devolução.

CONSUMIDOR PODERÁ LIMITAR TRANSFERÊNCIAS PELO PIX

O consumidor poderá “limitar” o valor das transferências pelo Pix junto a instituição financeira no qual é cliente. Por exemplo, o consumidor poderá impôr o limite de R$ 10 mil por dia de pagamentos pelo Pix.

Caso precise fazer um pagamento de alto valor ele poderá ampliar o limite do Pix pelos canais digitais da instituição financeira no qual faz uso do Pix.

Além da limitação por escolha do consumidor, as instituições financeiras poderão definir limites de utilização de acordo com o perfil de cada consumidor. Esse limite poderá ser calculado de acordo com o histórico de movimentação dos últimos meses ou ainda conforme o saldo que o correntista possui na conta.

AUTENTICAÇÃO DE TRANSAÇÕES POR BIOMETRIA

Para tornar as transações mais seguras as instituições financeiras poderão adotar mecanismos tecnológicos para validar a identidade de um determinado consumidor. O Banco Original e o PicPay, por exemplo, já anunciaram que usarão a tecnologia de biometria facial (selfie) para validar pagamentos pela rede do Pix.

A vantagem da validação por selfie é que o processo é bastante eficiente, o app é capaz de identificar o usuário mesmo que ele esteja utilizando uma máscara de proteção facial, por exemplo.

Além da biometria facial, as empresas poderão adotar outros mecanismos de validação, tais como: leitura da íris, impressão digital, video check, senha, 2fA (segundo fator de autenticação), frase de segurança, vídeo-chamada, dentre vários outros.

Resumindo, o Pix possui mecanismos de segurança que não estão presentes no DOC e na TED, podendo ser um sistema de segurança mais eficiente e seguro. Caso um usuário cometa fraude pelo Pix ele poderá ter a conta “congelada”, o que impedirá que ele realize outras transações fraudulentas, vale lembrar que esse novo sistema é centralizado em uma câmara de compensação do BACEN.

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