Picanha mais barata: carne tem queda recorde

Embargo da carne brasileira por caso de doença da vaca louca causa queda de 2,63% no preço da picanha em fevereiro.

Dados coletados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em uma pesquisa entre 28 de janeiro e 28 de fevereiro de 2023 revelam que o preço da carne vermelha recuou 1,22% em fevereiro. A queda é apontada como a mais intensa em quinze meses.

A queda expressiva pode estar relacionada com o embargo das exportações da carne brasileira para a China após confirmação de um caso da doença de vaca louca no Pará. Isso gerou uma oferta maior de carne no mercado interno, reduzindo os preços.

Carne vermelha, ilustração.

Carne vermelha tem queda recorde no Brasil, aponta IBGE. Picanha teve queda de 2,63% em fevereiro. (imagem: churrasco com picanha / ilustração)

No IPCA, a variação das carnes reflete os preços de 18 subitens. Em fevereiro, a picanha foi o corte pesquisado com a maior queda de preço (-2,63%). Em seguida, vieram fígado (-2,50%), alcatra (-2,50%), capa de filé (-2,37%) e costela (-2,28%).

CORTE INFLAÇÃO
Picanha -2,63%
Fígado -2,50%
Alcatra -2,50%
Capa de filé -2,37%
Costela -2,28%
Filé mignon -1,77%
Peito -1,74%
Acém -1,43%
Cupim -1,20%
Músculo -1,19%
Contrafilé -1,02%
Chão de dentro -0,78%
Patinho -0,73%
-0,53%
Lagarto comum -0,10%
Lagarto redonto -0,02%

Picanha virou embate político no Brasil

A picanha ocupou o centro de debates na campanha eleitoral do ano passado. Na época, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a dizer que o brasileiro deveria voltar a fazer churrasco e consumir esse corte, que tradicionalmente é um dos mais caros. Hoje o preço da picanha está nos top trading das redes sociais por conta dos memes.

A queda de 2,63% é a maior para a picanha desde fevereiro de 2022.

A notícia da queda nos preços da carne vem em um momento de crise econômica e inflação alta, quando muitas famílias estão buscando alternativas mais baratas para a alimentação. A picanha, em particular, é um corte muito apreciado pelos brasileiros.

No entanto, especialistas alertam que essa queda nos preços pode ser temporária e que, a médio prazo, os valores podem voltar a subir com o fim do embargo da carne brasileira. Afinal, a demanda por carne é grande no Brasil e no mundo, e a oferta pode ser afetada por diversos fatores, como mudanças climáticas, doenças nos rebanhos, aumento do custo de produção, alta dos juros, entre outros.

De todo modo, a notícia da queda nos preços da picanha é bem-vinda para muitos brasileiros, que podem aproveitar para consumir um dos cortes mais saborosos da carne bovina, ainda que a inflação de outros produtos e o poder de compra dificultem o consumo na vasta maioria dos lares brasileiro.

               

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