Aposentados e pensionistas ficam sem crédito consignado após redução dos juros

Suspensão temporária da oferta de novos empréstimo consignados afeta beneficiários da Previdência Social.

A recente decisão do Conselho Nacional de Previdência Social de reduzir a taxa de juros máxima do crédito consignado de 2,14% para 1,70% ao mês e do cartão de crédito consignado de 3,06% para 2,62% gerou um impacto muito negativo para aposentados e pensionistas. A medida, inicialmente concebida para aliviar o endividamento desse público, resultou na suspensão temporária da oferta dessa modalidade de empréstimo por diversas instituições financeiras, incluindo os bancos públicos Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (Caixa).

Com a suspensão do crédito consignado, aposentados e pensionistas ficam sem acesso a uma das linhas de crédito mais vantajosas disponíveis no mercado, já que as taxas de juros são geralmente mais baixas em comparação a outras modalidades. Diante desse cenário, muitos terão que buscar alternativas com taxas de juros mais elevadas, o que pode agravar ainda mais o endividamento desse grupo.

Aposentados e pensionistas não conseguem mais obter empréstimo consignado em alguns bancos.

Medida que deveria facilitar o acesso ao crédito consignado com taxa de juros mais barata fez foi restringir o acesso ao produto, já que bancos suspenderam a linha de crédito temporariamente. (imagem: ilustração / aposentado)

As instituições financeiras alegam que a redução da taxa de juros máxima torna o produto desvantajoso para os bancos, uma vez que os custos não são cobertos pelo novo patamar estabelecido pelo CNPS. A suspensão temporária do crédito consignado, anunciada por bancos como Daycoval, Banco Itaú, Banco Pan, BB e Caixa, expõe a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o alívio do endividamento dos aposentados e pensionistas e a viabilidade econômica das operações de crédito consignado.

Consignado mais difícil

Cabe lembrar que desde 2019 os novos beneficiários dessa linha de crédito já enfrentam dificuldade de acesso à modalidade, visto que o Governo proibiu a concessão de empréstimo consignado aos beneficiários com menos de 6 meses de benefício.

A medida adotada pelo CNPS tem gerado debates e polêmicas, uma vez que, apesar da intenção original de reduzir o endividamento, acabou por restringir o acesso a uma importante linha de crédito para aposentados e pensionistas.

Enquanto uma solução definitiva não é alcançada, os aposentados e pensionistas enfrentam um momento de incerteza e restrição no acesso ao crédito consignado.

Para driblar a suspensão do crédito consignado, muitos aposentados e pensionistas que dependem do dinheiro de empréstimos acabam se sujeitando a outras linhas de crédito que, além de burocráticas, ainda apresentam taxa de juros bem mais elevada.

Fora isso temos o agravante de que muitos aposentados e pensionistas são excluídos de outras modalidades de crédito por conta da burocracia. Ademais, estima-se que 42% dos beneficiários da Previdência Social tenham restrição no CPF por conta de dívidas, impedindo a contratação de outras linhas de crédito fora do consignado.

O consignado é mais barato e menos burocrático por conta das parcelas serem descontadas automaticamente do benefício, reduzindo significativamente o risco de inadimplência para o banco.

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