BB e Caixa suspendem empréstimo consignado após redução de juros

Aposentados e pensionistas enfrentam restrições no acesso ao crédito consignado após medida do Conselho Nacional de Previdência Social.

Após o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) anunciar a redução da taxa de juros máxima do crédito consignado, de 2,14% para 1,70% ao mês, e do cartão de crédito consignado, de 3,06% para 2,62%, os bancos públicos Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (Caixa) decidiram suspender temporariamente a oferta dessa modalidade de empréstimo.

A suspensão da linha de crédito nos bancos estatais ocorreu logo após vários bancos privados anunciarem a interrupção da mesma linha de crédito por conta da limitação forçada dos juros pelo CNPS.

Agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal lado a lado.

Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal seguem bancos privados e também anunciam a suspensão temporária do crédito consignado após redução da taxa máxima de juros da modalidade. (imagem: ilustração / agência Caixa e BB lado a lado)

A medida do CNPS tinha como objetivo aliviar o endividamento dos aposentados e pensionistas, no entanto, acabou gerando um efeito indesejado: a suspensão do crédito consignado em diversas instituições financeiras, incluindo os principais bancos públicos do país.

Para bancos a conta do consignado não fecha!

BB e Caixa alegam que a nova taxa de juros máxima estabelecida pelo CNPS não cobre os custos, tornando o produto desvantajoso para as instituições financeiras. Com isso, aposentados e pensionistas que costumavam recorrer a essa modalidade de crédito, considerada mais vantajosa por possuir juros menores em relação a outras opções no mercado, agora enfrentam restrições no acesso a esses empréstimos.

De nada adianta o empréstimo consignado ter juros mais baratos se não tiver nenhuma instituição disposta a oferecer a modalidade com o teto estabelecido pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

A suspensão do crédito consignado pelos bancos públicos afeta diretamente milhares de aposentados e pensionistas, que agora terão que buscar alternativas, muitas vezes com taxas de juros mais elevadas. A medida adotada pelo CNPS gerou debates e polêmicas, já que, apesar de sua intenção original, acabou resultando na restrição do acesso a essa linha de crédito.

Aposentados e pensionistas já enfrentam dificuldade para contrair empréstimos fora do consignado, estima-se que 42% dos beneficiários da Previdência Social tenham o nome negativado por conta de dívidas. Assim, para muitos o crédito consignado é a única forma de obter dinheiro nos bancos.

Diante desse cenário, cabe às instituições financeiras e ao próprio CNPS encontrar um equilíbrio entre a necessidade de reduzir o endividamento dos aposentados e pensionistas e a viabilidade econômica das operações de crédito consignado. Enquanto isso, os clientes dos bancos públicos e privados que contavam com essa opção de crédito terão que lidar com as consequências da suspensão temporária do consignado ou então recorrer a uma linha de crédito mais cara.

Matérias relacionadas no Conta-Corrente