Brasileiro saca cada vez menos dinheiro no caixa eletrônico

Tendência inevitável é que, em breve, pagar com dinheiro em espécie deixe de ser opção de pagamento no Brasil.

Em uma era marcada pelo rápido avanço da digitalização e inovação tecnológica, os brasileiros estão sacando cada vez menos dinheiro em caixas eletrônicos. Este fenômeno, além de indicar uma mudança nas preferências de consumo, reflete uma mudança significativa nos hábitos financeiros da população.

O Banco Central do Brasil recentemente divulgou dados mostrando que o Pix, seu serviço de pagamento instantâneo, agora se consolidou como o principal meio de pagamento do país. Este sistema superou até mesmo pagamentos por cartões de crédito e débito, individualmente considerados.

Este dado é parte de uma pesquisa mais ampla divulgada na última terça-feira pelo Banco Central. O estudo mostra que os brasileiros estão se afastando do dinheiro físico para realizar pagamentos e, como resultado, os saques em caixas eletrônicos estão caindo drasticamente.

Digitalização e Pix fazem com que dinheiro em espécie seja cada vez menos utilizado e, por consequência, caem números de saques em ATMs no Brasil. Essa tendência é mundial, mas no Brasil foi intensificada principalmente devido ao sucesso do Pix do Banco Central.

A magnitude da queda é impressionante. Em 2019, os saques em caixas eletrônicos (tanto em bancos quanto em redes compartilhadas) alcançaram a marca de R$ 3 trilhões. No entanto, em 2020, ano de lançamento do Pix, o valor sacado caiu para R$ 2,5 trilhões. E em 2021 e 2022, o valor sacado permaneceu estável em R$ 2,1 trilhões.

Pix é atribuído como o principal responsável

Segundo o Banco Central, o Pix é o principal responsável pela diminuição dos saques em caixas eletrônicos e, consequentemente, pela redução do número de pagamentos em dinheiro vivo no Brasil.

O Pix oferece uma alternativa conveniente e eficiente ao dinheiro físico. Como um método de pagamento instantâneo, permite que os usuários transfiram fundos para outros instantaneamente e gratuitamente, tornando desnecessário o saque de dinheiro.

O Pix é gratuito para pessoas físicas, e, ao contrário dos cartões de crédito e débito, não impõe taxas intermediárias sobre os comerciantes. Essa combinação de conveniência e custo baixo torna o Pix um método de pagamento muito atraente.

O impacto desta mudança se estende além do comportamento do consumidor. À medida que mais pessoas se afastam do dinheiro físico, espera-se que a demanda por caixas eletrônicos diminua, potencialmente levando a mudanças na infraestrutura bancária.

Além disso, a diminuição do uso de dinheiro vivo pode ter implicações significativas para a segurança. Com menos dinheiro sendo transportado e armazenado, os riscos associados a roubos e furtos podem diminuir.

Outro ponto é que a queda no uso do “dinheiro vivo” é benéfica para a economia, visto que ajuda a reduzir a informalidade e, por consequência, aumenta a arrecadação de impostos, ao combater a sonegação tributária.

Em suma, a ascensão do Pix e a diminuição dos saques em caixas eletrônicos é um indicativo de uma mudança no comportamento financeiro dos brasileiros. Esta tendência de digitalização financeira provavelmente continuará a influenciar o futuro da economia do país.

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