Em 2020 o Real já chegou a desvalorizar mais de 45% frente ao Dólar.
O Credit Suisse – banco suíço de investimentos – emitiu um relatório aos seus clientes e investidores na última quarta-feira (13), no documento a instituição classifica o Real Brasileiro (BRL) como uma das piores moedas do mundo! A moeda brasileira figura em uma lista de moedas fiduciária no qual o banco classifica como “tóxicas”.
Real Brasileiro já chegou a desvalorizar mais de 45% só em 2020.
Além do Real, aparecem na lista de moedas tóxicas o peso mexicano e o rand sul-africano.
Entre os países emergentes, o banco prefere o Rublo Russo, Won Sul-coreano e a Rupia Indonésia ao Real Brasileiro.
No relatório os estrategistas do banco afirmaram: “Embora reconheçamos o avanço desse último (o real), não estamos prontos para jogar a toalha sobre essa estratégia ainda [….]. Nossas visões não mudaram. Continuamos pessimistas com o real, com meta inalterada de dólar a 6,20 reais“, concluiu o documento.
A desvalorização cambial tem feito com que muitos investidores estrangeiros retirem as aplicações de países emergentes para aplicar o valor em países mais estáveis economicamente, tal como os Estados Unidos.
BANCO PREVÊ DÓLAR A R$6,20 NO CURTO PRAZO
O pessimismo do banco de investimento é tanto que a instituição prevê que o Dólar atingirá R$6,20 no curto prazo, o que, se acontecer, deve drenar ainda mais o poder de compra dos brasileiros e também sinalizar a inflação nos preços, visto que muitos dos produtos aqui consumidos são dolarizados.
A previsão do Credit Suisse faz mais sentido ainda quando analisamos o desempenho da moeda brasileira no cenário econômico global, o Real atingiu no ano uma desvalorização nominal de 29,4% ante o Dólar Americano (USD).
No dia 01 de Janeiro de 2020 o Dólar Comercial fechou a R$4,01; no dia 14 de Maio de 2020 a moeda norte-americana bateu R$5,96 na máxima, o que representa uma valorização de mais de 45%. A forte intervenção do Banco Central (BC) fez com que hoje (21), o dólar caísse para R$5,60, mas especialistas acreditam que essa queda abrupta é um fato pontual, no longo curto/médio prazo a tendência continua sendo a de alta da moeda norte-americana frente ao Real.
Nesta semana uma publicação do Financial Times (em inglês) classificou a moeda brasileira como a mais desvalorizada do mundo e afirmou que a situação pode ficar ainda pior, segundo analistas ouvidos pelo jornal inglês com sede em Londres.
A inflação está contida pois não há demanda para o consumo e por conta da queda da taxa de juros; quando o mercado voltar a se aquecer a tendência é que a inflação volte a bater no bolso dos brasileiros.
A crise do Brasil é de saúde pública, econômica e política.
