Com medo, brasileiros voltam a investir na caderneta de poupança

Aportes no Tesouro e na Caderneta de Poupança batem recorde histórico.

A queda da Selic que, consequentemente, tornou menos rentáveis as aplicações de renda fixa não afugentou os brasileiros da caderneta de poupança, muito pelo contrário, levantamento mostra a maior captação líquida desde 1995.

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Depois de fugirem da poupança, brasileiros voltam a aportar valores recordes no investimento mais tradicional do país. O Tesouro Direto também registrou um aumento consideravél nos últimos meses.

Segundo números do Banco Central, no mês de Abril de 2020 as aplicações na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 30,459 bilhões, número que, segundo o BC, é o melhor resultado da série histórica desde 1995.

Na poupança o rendimento descontado a inflação é irrisório, mal protege o consumidor da inflação. A sorte de muitos brasileiros é que o índice inflacionário está baixo devido à queda dos juros e falta de demanda por consumo, do contrário muitos “investidores” poderiam considerar o investimento “perda fixa”.

Mesmo que seja “debaixo do colchão”, o consumidor deve ter sempre uma reserva de emergência para momentos turbulentos como esse, por exemplo. O que não vale é contar apenas com o dinheiro do mês ou, pior, com o dinheiro que ainda vai receber.

Além da poupança, o Tesouro Direto foi outro que registrou um aumento considerável nos aportes, em Abril as vendas de títulos públicos atingiram R$ 3 bilhões, alcançando também o melhor resultado histórico para o mês de Abril desde que o Tesouro Direto foi criado.

O movimento mostra que a grande massa brasileira está abrindo mão da rentabilidade para focar em aplicações mais conservadoras. O momento é de prudência, pois o foco de muitos é na sobrevivência.

Ao mesmo tempo em que a dominância da renda fixa sobe, aumenta o número de CPF iniciantes da Bolsa de Valores, em 2019 o número de cadastrados na B3 passou de 813 mil para 1,67 milhão, movimento que coloca em risco os investidores inexperientes, principalmente nesse momento de grande incerteza econômica.

A renda variável acaba sendo o único caminho para o investidor que está em busca de rentabilidades superiores à renda fixa, principalmente agora com a queda da Selic.

O aumento também é um forte indício de que o consumidor pretende frear o consumo nos próximos meses, dadas as incertezas do mercado.

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