Banco Central restringe uso do Pix à noite

Por conta no “boom” no número de sequestros relâmpagos à noite, Banco Central limita Pix no período noturno.

No dia 04 de outubro de 2021 entra em vigor uma nova regra do Pix que restringe o uso à noite. De acordo com o Banco Central, das 8h às 20h as pessoas físicas conseguirão transferir apenas R$ 1 mil pelo Pix, tal limite será adotado por todas as instituições financeiras, sejam elas bancos ou instituições de pagamentos.

Pix limitado por culpa de sequestros relâmpagos

Polícia Civil de São Paulo registra aumento de sequestros relâmpagos; Procon culpa Pix e defende limitação temporária urgente.

O anúncio do BC foi feito depois que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), divulgou que entre novembro de 2020 – período em que o Pix foi lançado – e agosto de 2021 o crime de sequestro relâmpago aumentou 39,10% no estado.

O limite de até R$ 1 mil de transferência à noite vale para o Pix, DOC e TED. Caso o cliente precise fazer um pagamento acima de R$ 1 mil à noite, deverá solicitar com antecedência a instituição financeira, o que estará sujeito à análise. A partir de outubro os bancos deverão começar a disponibilizar uma ferramenta que, dentre outras coisas, permitirá que o correntista estabeleça um limite de pagamento maior para determinadas contas, o recurso deve ser similar ao “transferência para contas cadastradas na agência”, a diferença é que o processo deverá ser 100% digital.

Questionado se a limitação do valor operacional do Pix à noite teria impacto negativo na utilização das transferências instantâneas como meio de pagamento, o Bacen informou que, estatisticamente, a maioria das operações na madrugada não passam de R$500. Ademais, se o cliente tiver uma demanda específica, poderá autorizar previamente uma determina chave Pix que poderá receber pagamentos acima de mil reais das 20h às 6h.

PROCON SP QUER LIMITAÇÃO AINDA MAIOR

Insatisfeito com a ação do BC, a Fundação Procon do Estado de São Paulo quer que o órgão regulador limite as transações do Pix em apenas R$500,00 por mês durante trinta dias, até que sejam adotados novos mecanismos de segurança para dificultar crimes como sequestro relâmpago.

Ainda de acordo com o órgão de defesa do consumidor, a limitação do Pix apenas no período noturno não ajuda em nada, faz apenas com que o criminoso fique com a vítima mais tempo em cativeiro.

É preocupante saber que o número de sequestros aumentaram 39,1% em São Paulo no período em que a tecnologia foi lançada. É fundamental que o BC e as instituições financeiras aperfeiçoem a segurança do meio de pagamento para impedir esse aumento exponencial nos crimes envolvendo transferência de dinheiro mediante coação.

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