Em números de transferências Pix lidera, mas perde para TED em valor transacionado.
Nesta terça-feira (16), fazem exatamente três meses que o Pix do Banco Central foi lançado oficialmente, o sistema permite transferências instantâneas, independente do dia e do horário. Apesar do pouco tempo de operação, o sistema já lidera as transferências, mas perde para a TED quando o assunto é valor transacionado.
Para se ter uma ideia, só em 2021 foram transacionadas mais de 286 milhões de operações pela rede do Pix. Já o total de TEDs em 2021 somou 53,2 milhões, o que representa menos de 18,5% das operações do Pix.
A tendência é que o Pix se popularize como método de pagamento no dia a dia nos próximos meses, tanto que a solução já está incorporada em diversas maquininhas de cartões. No e-commerce já há vários sites e aplicativos que já recebem pagamentos instantâneos.
EM VALOR TRANSACIONADO, PIX MOVIMENTA 10 VEZES MENOS DO QUE A TED
Já ao analisar o valor transacionado a situação se inverte em favor da TED (Transferência Eletrônica Disponível), o que mostra que as empresas ainda preferem os métodos tradicionais, prova disso é que 81,8% de todas as operações do Pix são feitas entre pessoas físicas.
Em 2021 foram movimentados cerca de R$ 225 bilhões pelo Pix; já através de TED esse número é 10 vezes maior, R$ 2,7 trilhões.
Além da baixa adesão por parte das empresas, o Pix ainda não é utilizado por corretoras de investimentos e sofre com limitação operacional por parte das instituições financeiras. Geralmente, as empresas optam pela TED por conta de já terem limite disponível para as operações do dia a dia; já no caso do Pix o valor pode ser limitado pelos bancos, embora o correntista tenha meios para solicitar o aumento a qualquer momento.
Cabe salientar que o Pix do Banco Central não possui limite de valor, mas os PSPs (Provedores de Serviço de Pagamento) podem limitar as operações de acordo com o dia e horário por segurança. Há bancos em que o limite diário de transferência pelo Pix é 50% inferior ao da TED.
Para conquistar as empresas, o Banco Central lançará ainda no primeiro trimestre de 2021 o Pix de Cobrança, modalidade de pagamento instantânea que deve concorrer com o boleto bancário, pois permitirá a emissão de um QR Code com vencimento futuro e com a possibilidade de incluir descontos, juros e multas.