Pix: o que acontece se meu celular for perdido ou roubado?

Leitor pergunta: “Gostaria de saber o que acontece com o Pix se eu perder ou tiver o celular roubado?”, Ana Medeiros, Niterói, RJ.

Olá Ana, obrigado por enviar a pergunta ao Portal Conta-Corrente, pode ser que ela seja a dúvida de outros leitores. A seguir, explicamos sucintamente o que acontece com o dinheiro do Pix se o celular cadastrado for perdido ou roubado.

Pix, pagamentos instantâneos do Banco Central

Pix permite que consumidores realizem pagamentos e transferências 24/7 em até 10 segundos. (imagem: divulgação BC)

É importante entender que, embora o número do celular possa ser utilizado como chave do Pix, o dinheiro não fica no celular e sim no banco ou instituição financeira no qual você possui conta. A chave do Pix funciona apenas como um “atalho” para que o consumidor possa receber transferências sem que tenha que informar os dados bancários.

Se, por exemplo, o consumidor tiver o celular roubado, nada acontece com o seu dinheiro, ele continuará no banco, aplicativo ou instituição financeira no qual você utilizou para receber ou enviar o Pix.

Vale lembrar que os aplicativos dos bancos e instituições financeiras já contam com elementos de segurança para impedir a utilização indevida em caso de extravio, roubo ou perda do aparelho. Geralmente, não é possível fazer uma transação bancária sem que o usuário digite a senha, segundo fator de autenticação (2fA) e/ou biometria.

Há aplicativos que vão além na questão da segurança e exigem selfie, token e até vídeo para que uma transação seja autenticada.

DICAS DE SEGURANÇA PARA USAR O PIX NO CELULAR

A seguir apresentamos algumas dicas de segurança para impedir que o seu Pix seja movimentado sem a sua autorização:

  • Tenha senha no celular – Jamais use um celular com aplicativo bancário sem que ele esteja protegido por senha ou biometria. É importante também evitar as senhas que sejam fáceis de serem deduzidas, tipo: data de nascimento, aniversário, 0000, 1234, etc;
  • Em caso de perda do celular, comunique a instituição – Se tiver o celular perdido, extraviado ou roubado, entre em contato imediatamente com a instituição financeira para informar o ocorrido. Ao fazer isso a empresa responsável pela sua conta poderá fazer um bloqueio temporário na sua conta e, consequentemente, impedir a utilização indevida;
  • Comunique a operadora do celular e tire uma segunda via do chip – Para evitar que o seu número de celular seja utilizado indevidamente, comunique imediatamente a operadora e peça uma segunda via do chip, ao fazer isso a pessoa que encontrou o seu celular não conseguirá fazer uso da linha, vale lembrar que existem bancos que ainda utilizam a autenticação de transações por mensagens de texto (token por SMS);
  • Nunca deixe senha junto com o celular – Há pessoas que deixam a senha anotada em um papel na capinha. Isso jamais deve ser feito! Caso alguém encontre seu celular poderá facilmente desbloquear o seu celular e, pior, realizar transações financeiras caso no papel esteja a senha do aplicativo de pagamento do Pix;
  • Nunca utilize a mesma senha – Tenha uma senha diferente em cada serviço que possui sempre que possível. Jamais utilize no aplicativo bancário a mesma senha que utiliza para desbloquear o celular;
  • Evite acessar aplicativos bancários em redes desconhecidas – Se estiver utilizando um WIFI público a recomendação é para que não utilize aplicativos financeiros, pois a rede wireless pode ter um interceptador de dados (Man-in-the-middle);
  • Mantenha o aplicativo do seu banco sempre atualizado – As atualizações dos aplicativos bancários trazem não apenas novidades, mas também atualizações de segurança;
  • Não baixe aplicativos de fontes desconhecidas – Evite baixar aplicativos através de lojas não-oficiais, pois eles podem ter o código modificado. Caso tenha Android, baixe aplicativos sempre pela Google Play Store; se tiver iPhone use a App Store da Apple;
  • Cuidado com ligações dizendo ser do banco – Não acredite em ligações que dizem ser do seu banco e pedem para que informe senha, número do cartão, token (chave de segurança) ou código enviado por e-mail ou SMS. Em caso de dúvida entre em contato diretamente com o seu banco;
  • Não se exponha muito nas redes sociais – Evite postar informações muito pessoais nas redes sociais; há pessoas que postam foto do cartão, endereço, data de nascimento e outras informações que podem ser utilizadas contra você em um ataque de engenharia social;
  • Cuidado com e-mails falsos – Infelizmente, o Brasil tem sido alvo de muitos spammers, desconfie até dos e-mails do seu banco, cheque o cabeçalho do e-mail para comprovar que o e-mail realmente foi enviado do domínio do seu banco. Infelizmente, há alguns spammers que utilizam domínios de e-mails parecidos com o do banco ou, em alguns casos, usam uma técnica que faz com que a vítima pense que aquele e-mail partiu do domínio do próprio banco, o chamado spoofing;
  • Desconfie até de ligações provenientes do número do seu banco – Alguns golpistas estão utilizando softwares que simulam as ligações como se fossem originadas do número da central de atendimento do seu banco, todo cuidado é pouco!

O Pix é um meio de pagamento bastante seguro, mas é preciso que o usuário também tome cuidado com a sua segurança. A maioria das fraudes financeiras ocorre por desatenção dos próprios usuários e falta dos cuidados básicos que listamos neste artigo.

Caso seja vítima de fraude financeira com o Pix, a boa notícia é que, em alguns casos, existe a possibilidade de reverter a transação, mas o usuário terá que registrar um boletim de ocorrência, comunicar a instituição sobre a fraude e, dependendo do caso, procurar a justiça.

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