4 grandes bancos já faturaram R$ 24,2 bilhões com tarifas bancárias

Os quatro maiores bancos do país aumentaram o faturamento em 2019 mesmo com a concorrência dos bancos digitais e fintechs.

Um levantamento feito a partir dos balanços que os próprios bancos enviam à CVM (Comissão de Valores Imobiliários) mostra o quanto os grandes bancos ainda faturam com a cobrança de tarifas bancárias. Juntos, o Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e o Bradesco faturaram, incríveis, R$ 24,2 bilhões com taxas e tarifas bancárias só nos 9 primeiros meses de 2019.

O faturamento de R$ 24,2 bilhões foi atingido em Setembro de 2019, data em que o último relatório das instituições financeiras foi enviado à CVM.

Mesmo com inúmeras opções gratuitas, consumidor brasileiro ainda continua pagando tarifas para os bancos tradicionais.

No ranking de faturamento com tarifas bancárias o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, lidera a lista, no período (De Janeiro a Setembro de 2019) a instituição faturou R$ 9,83 bilhões, o que representa um aumento de 5,25% em relação ao mesmo período de 2018.

Em segundo lugar aparece o Banco do Brasil, o banco estatal faturou no período R$ 5,75 bilhões; crescimento de 6% em relação ao ano anterior. Já o terceiro e o quarto lugar no ranking ficou, respectivamente, para o Bradesco e o Santander; o Bradesco faturou R$ 5,73 bilhões (+7,5%) e o Santander R$ 2,86 bilhões (+15,4%).

Em termos percentuais de crescimento o Santander lidera o ranking, a instituição faturou de Janeiro a Setembro 15,4% a mais em relação ao mesmo período de 2018.

Ainda de acordo com o levantamento, caso seja considerado o número total de clientes dessas quatro instituições financeiras (293 milhões), isso significa que cada correntista pagou, em média, R$82,47 em tarifas bancárias; há, porém, uma projeção de que o gasto médio chegue a R$110,00 até o fim de 2019.

Embora os bancos não detalhem o faturamento por tarifas, a maioria desse valor é composto por tarifas de manutenção de conta, anuidades de cartões de crédito, tarifas de transferências/saques e corretagem dos investimentos.

NÚMERO SÓ NÃO É MAIOR POR CONTA DOS BANCOS DIGITAIS

De acordo com Rodrigo Neto, o número só não é maior por conta do crescimento dos bancos digitais e fintechs. Há muitas startups atuando no mercado financeiro e oferecendo contas digitais sem a cobrança de tarifa.

Os próprios bancos tradicionais vêm investindo em contas gratuitas para concorrer com as fintechs. O próprio Bradesco possui o next, banco digital que, recentemente, começou a oferecer transações ilimitadas através de uma conta livre de tarifa de manutenção.

O Itaú e o Santander seguem na mesma linha; o Itaú possui o iti, APP que faz um mix entre carteira de pagamentos e conta digital. Já o Santander possui dois projetos para enfrentar as fintechs, a Superdigital (fintech do Banco Santander Brasil) e o Way, aplicativo de pagamentos por QR Code que também funciona como uma conta digital gratuita.

Embora os “bancões” ainda não estejam financeiramente afetados pelos bancos digitais, a maioria das instituições financeiras vêm cortando custos para se adequar a transformação do mercado, que passou a trocar o físico pelo digital.

            

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