Senha anti sequestro poderá tornar o Pix mais seguro

Desenvolvedor defende ideia que Pix tenha “senha de pânico” para que a tecnologia não seja utilizada por criminosos em sequestros.

A popularização do Pix tem feito com que a criminalidade adotasse a nova tecnologia instantânea de pagamentos do Banco Central. Desde que o Pix foi lançado, o estado de São Paulo registrou um aumento de 39,1% no número de sequestros relâmpagos, a informação é da Secretaria de Segurança Pública de SP (SSP-SP). Uma solução simples poderia inibir o uso do Pix nos sequestros relâmpagos: senha de pânico.

Combate de Pix mediante coação

Combater transações mediante coação são desafios do Banco Central para que o Pix continue existindo no Brasil. A instantaneidade do Pix acaba chamando atenção dos criminosos. (imagem: ilustração)

De acordo com o desenvolvedor, Pedro Miguel Teixeira, uma solução que poderia ser implementada no Pix para coibir o uso do Pix em sequestros relâmpagos seria a adoção de uma senha de pânico, a ideia é que as instituições financeiras processem normalmente os pedidos de transferências e pagamentos caso o consumidor informe a senha de pânico, mas a partir do uso a instituição financeira e a polícia civil passariam a monitorar as operações.

Ao abrir uma conta a ideia é que o consumidor possa cadastrar duas senhas: uma autêntica para validar operações legítimas e outra chamada de senha anti sequestro“, ela seria utilizada nos momentos em que o consumidor for coagido a realizar alguma operação pelo Pix.

Para que a senha do pânico não coloque em risco a integridade da vítima, algumas características são importantes, são elas:

  • A instituição financeira não poderá emitir nenhum aviso no app dizendo que o consumidor fez uso de uma senha de pânico;
  • A operação de pagamento ou transferência terá que ser executada normalmente para que a ação não coloque em risco a vida da vítima;
  • A partir do alerta do uso da senha de pânico, a instituição financeira deverá alertar a polícia e monitorar o uso do dinheiro;
  • A instituição financeira deverá informar a geolocalização do aparelho à polícia para facilitar o resgate da vítima;

BANIR A TECNOLOGIA CERTAMENTE NÃO É A SOLUÇÃO

Devido ao aumento no número de sequestros, em São Paulo existem diversas tentativas de barrar ou restringir o uso do Pix no estado. O Procon-SP, por exemplo, pediu para que o Bacen limite as transferências em R$500 por mês por pessoa até que novos mecanismos de segurança sejam implementados.

Já a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) recebeu um projeto de lei (PL) que pede que o Pix seja proibido no estado.

Em meio a tantas reclamações, o Banco Central decidiu limitar os pagamentos pelo Pix no período noturno, a partir de outubro de 2021 as pessoas físicas poderão transferir apenas R$ 1 mil das 20h às 6h. A ação foi considerada como insuficiente pelo Procon, pois faz apenas com que os criminosos mantenham a vítima em cativeiro por mais tempo.

Outras dicas de segurança:

Limitar o valor de transferência do Pix de acordo com as suas necessidades diárias, isso pode ser feito no próprio app da instituição financeira;

– Caso tenha mais de um celular, saia na rua apenas com o celular com as contas que possui menos dinheiro. Isso ajuda a minimizar o prejuízo caso seja vítima;

Nunca reaja, a sua vida vale mais do que qualquer dinheiro que você possa ter no banco;

– Em caso de transferência fraudulenta ou mediante coação, registre um Boletim de Ocorrência e comunique imediato a instituição financeira para tentar reaver o dinheiro perdido;

– Sempre tenha senha de bloqueio no celular, isso não ajuda em caso de sequestro, mas pode impedir a movimentação indevida em roubos e furtos;

O Pix já possui elementos de segurança, dentre eles: retenção por até 1 hora em caso de suspeita de fraude, validação de transações por biometria (facial, impressão digital, voz, íris, etc), validação por vídeo; mas nenhuma dessas soluções é capaz de impedir transações realizadas mediante coação. A ideia é que a senha do pânico seja uma maneira segura de alertar a polícia que um crime está em andamento.

O mesmo aparelho que proporciona a transferência instantânea do dinheiro pode ser o que rastreia o criminoso.

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