Bancos terão que liberar saques em caixas eletrônicos para clientes da concorrência.
O Portal Conta-Corrente já adiantou que o Banco Central quer liberar saques em caixas eletrônicos de qualquer banco, o órgão regulador quer promover o compartilhamento entre todos os ATMs que compõem o Sistema de Pagamentos do Brasil (SPB). A boa notícia é que já há uma expectativa de quando a novidade vai entrar em vigor.
A consulta pública está aberta para comentários até o dia 14 de Fevereiro de 2020; após o encerramento dessa etapa ela deverá ser publicada pelo Banco Central no Diário Oficial da União (DOU) e a expectativa é de que entre em vigor já começo do segundo semestre de 2020.
Antes do compartilhamento, soluções prometem baratear custos de retiradas
Hoje já existem redes compartilhadas de caixas eletrônicos como o do Banco24Horas, por exemplo, o grande problema é que muitos bancos digitais e fintechs acabam esbarrando em dificuldades para fazer parte da rede, visto que o custo das retiradas costumam ser o principal dificultador.
Atento a ação do Banco Central, o Banco24Horas já lançou o Saque Digital, serviço que promete reduzir custos para bancos digitais e fintechs, pois permite a retirada de valores em caixas eletrônicos sem a utilização do cartão físico e, portanto, sem o uso da bandeira do cartão na transação, o que elimina um intermediário na operação. O saque digital é feito por meio de um QR Code que é exibido na tela do equipamento, aí basta o usuário abrir o aplicativo compatível e usar a câmera do celular para finalizar a solicitação de saque no caixa eletrônico.
Há ainda outras ações que prometem reduzir custos de retiradas nos bancos digitais, a transportadora de valores Brinks anunciou recentemente o Brink’s Pay, serviço que permitirá que os consumidores realizem retiradas em estabelecimentos do varejo; o Sicoob fez o mesmo que anunciou o Sicoob Pay para tornar os estabelecimentos comerciais uma alternativa para os consumidores que precisam de dinheiro físico.
Os saques no varejo beneficiam tanto o consumidor quanto os estabelecimentos comerciais. Os estabelecimentos ganham por reduzir o numerário do caixa e, consequentemente, reduzem a demanda pelo serviço de transporte de valores; já o consumidor ganha pela conveniência de poder fazer caixas eletrônicos em estabelecimentos em lugares onde ATMs nem sempre estão disponíveis.
Embora os pagamentos digitais e com cartões estejam se popularizando, o Brasil ainda é um país aonde se paga muito com dinheiro em espécie; uma pesquisa recente mostrou que 71% dos consumidores usam o papel moeda como forma principal de pagamento no dia a dia. Com o lançamento dos pagamentos instantâneos em 2020 a tendência é que esse percentual comece a cair.