Governo quer padronizar pagamentos por QR CODE

Inspirado na China, Governo e Bancos querem padronizar pagamentos por QR CODE no Brasil, entenda.

Os pagamentos via QR Code estão tendo um “boom” no Brasil, várias empresas já lançaram suas próprias soluções de pagamentos que permitem que o consumidor utilize a câmera do celular na hora de realizar pagamentos. O grande problema é que não existe um padrão nesses sistemas, algo que pode estar prestes a mudar com a padronização sugerida pelo Banco Central e pelos bancos.

Pagamentos via QR Code no Celular

Pagamentos por QR Code estão disponíveis até mesmo nos smartphones mais simples. Qualquer celular com câmera é compatível com a tecnologia.

Hoje cada empresa cria sua própria solução de pagamento via QR Code. As máquinas da Rede, por exemplo, só aceitam pagamentos por QR Code do iti do Itaú; as máquinas da Cielo só recebem pagamentos de conveniados; o PagSeguro só aceita a própria conta na maquininha; O Mercado Pago faz o mesmo!

Essa falta de padronização faz com que existam vários serviços de pagamentos via QR Code, mas que eles só funcionem para pagamentos usando as próprias contas ou conveniados.

Alguns pagamentos via QR Code disponíveis no Brasil:

COMPATIBILIDADE ENTRE QR CODES

A lista acima são apenas alguns dos inúmeros sistemas de pagamentos via QR CODE que existem no Brasil; não existe uma compatibilidade entre os sistemas, o que obriga que o consumidor tenha conta em múltiplos serviço para pagar via QR CODE em todos os estabelecimentos que já usam essa tecnologia.

De acordo com informações obtidas pelo Conta-Corrente, o Banco Central em parceria com a Febraban e os bancos brasileiros estariam estudando um sistema padronizado que funcionaria interligado por uma câmara de compensação de transferências – algo similar ao que ocorre com as transferências interbancárias – mas o novo sistema seria instantâneo e permitirá pagamentos todos os dias, 24 horas, inclusive nos finais de semana e feriados.

Se houver uma padronização esse sistema de pagamento tem tudo para se popularizar no Brasil assim como já acontece na China. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que no Brasil mais de 80% dos estabelecimentos já estão interessados em aceitar pagamentos via QR CODE nos próximos meses.

O maior banco privado do país, o Itaú, já lançou em fase beta o aplicativo iti, ele permite pagamentos via QR CODE nas máquinas da Cielo, podendo virar um superaplicativo do banco nos próximos meses.

O principal estímulo para os varejistas migrarem para essa nova forma de pagamento está nas taxas! Enquanto no cartão de crédito as taxas giram em torno de 2% a 5%; por QR CODE a taxa média é de 0,99%, sendo que há instituições que não cobram tarifa alguma dos estabelecimentos pelos pagamentos recebidos via QR CODE.

As credenciadoras de pagamentos já estão se preparando para o fim do cartão físico nos próximos anos, prova disso é que as próprias empresas de maquininhas de cartões de crédito e débito já estão investindo em soluções de pagamentos que dispensam o uso do plástico; estratégia que têm sido intensificada pela “guerra” das maquininhas.

O aumento nos pagamentos móveis deve obrigar o fisco brasileiro a agir para regular o setor, visto que muitas empresas de pagamentos não estão sujeitas às mesmas regras das operadoras de cartões de crédito, por exemplo. Um sistema de QR Code único viabilizaria um maior controle do sistema financeiro e, consequentemente, tornaria o sistema de pagamento mais seguro.

Cabe lembrar que o Brasil já acabou com o boleto bancário sem registro.

Para o tributarista Alberto Franco Neto, é iminente o fim do dinheiro físico nos próximos anos. “Os próprios Bancos Centrais já estão estudando a digitalização do dinheiro. A movimentação exclusiva por meios eletrônicos permite um maior controle fiscal aliado a redução da burocracia tributária. Um sistema financeiro 100% digital ajudará os governos no combate a corrupção e outros crimes financeiros como sonegação de impostos e evasão de divisas, por exemplo.

A modernização do sistema de pagamento atual é uma questão de tempo. O Brasil têm um histórico positivo de adesão às novas tecnologias; algo que pode ser comprovado pelo forte crescimento das redes sociais em solo brasileiro.

A digitalização do dinheiro é algo essencial para que seja aplicada à ideia proposta de um imposto único que incidiria sobre as movimentações financeiras nas duas pontas (quem paga e quem recebe). A promessa é de que, além da simplificação tributária, o Imposto Único também reduzirá a carga tributária.

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